Com vários açudes “sangrando” no RN, bombeiro dá dicas para evitar afogamentos nos mananciais

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O Rio Grande do Norte vem registrando fortes chuvas, com acumulados que superam os 100 milímetros em todas as regiões. As precipitações têm proporcionando boa recarga para os reservatórios e muitos deles já atingiram sua capacidade máxima, começando a verter água ou “sangrar”.

Somente neste mês de março, as chuvas levaram à sangria de açudes localizados nos municípios de Encanto, Riacho da Cruz, Rodolfo Fernandes, Triunfo Potiguar, Tabuleiro Grande, Severiano Melo, Alexandria, Doutor Severiano, Caraúbas, além de provocarem um belo espetáculo nas cachoeira do Pinga (em Portalegre), do Roncador e da Carapina (em Felipe Guerra).

As sangrias são verdadeiros atrativos turísticos para os municípios e motivo de alegria para a população, que aproveita o momento para se divertir, tomar banho e, alguns, para beber próximo aos mananciais.

Mas nem tudo é só alegria, também é preciso estar alerta aos perigos que essas águas, com fortes correntezas, representam. Pensando nisso, o tenente Martins Neto, do Corpo de Bombeiros de Mossoró, deu algumas dicas para evitar afogamentos nesses locais.

Segundo o tenente, as pessoas costumam ter medo do mar, mas as estatísticas apontam que o maior número de acidentes acontecem em água doces, como rios, açudes, barragens.

“São diversas as orientações que a gente pode oferecer, desde não entrar em locais que você não conhece, naquela barragem que você não conhece, você não tem normalmente o amplo conhecimento daquele ambiente, então você não vai se aventurar ali. Não fazer mergulho de locais mais altos. Leito de rio, o rio está em constante movimento, está o tempo todo ali modificando leito, então mesmo que seja em ambiente que você conhece pode ser que tenha mudado, tenha uma pedra chegada ali de um dia pro outro, então não é interessante fazer esses movimentos bruscos, essas entradas mais rápidas. É preciso sempre ter muito cuidado, muita parcimônia, nessa situação”, diz.

O bombeiro também lembra que a população deve esperar um pouco antes de entrar na água após se alimentar, para evitar um mal súbito. Evitar, ainda, brincadeiras, desafios atravessar a extensão do mananciais, entrar em tubulações que ficam por baixo de potes etc.

Quanto às crianças, o cuidado deve ser redobrado e é preciso estar sempre atento a elas. “O adulto que vai para um ambiente aquático com criança, ele vai pra criança, a diversão é da criança. Então fica sempre, cem por cento do tempo com a atenção voltada pra criança, a distância, no máximo, de um braço”.

Em regiões de cachoeira, a dica é sempre prestar atenção no volume d’água. Nesses locais é comum acontecer um fenômeno conhecido como tromba d’água, que proporciona um aumento repentino do volume da água, fazendo com que as pessoas não tenham tempo para sair do local.

Em todos os casos, o tenente orienta também a não fazer uso bebida alcoólica se vai entrar na água. “Sua capacidade natatória, por mais que você a tenha, ela fica bastante prejudicada, então as duas coisas não devem se misturar. Vai brincar, vai fazer uso da bebida alcoólica? Então a brincadeira ela se restringe a margem”, enfatiza.

Por último, ele orienta que, em caso de acidente com vítima se afogando, não tente se aventurar indo até ela, o que poderá terminar em duas vítimas. A orientação nesses casos é oferecer um objeto flutuante para ela, jogar em que a vítima possa se apoiar e possa melhorar as expectativas para que os bombeiros ou alguém capacitado possa resgatá-la.

Mossoró Hoje.


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