A Prefeitura de Porto Alegre emitiu um alerta na tarde desta quarta-feira, 8, pedindo a voluntários que suspendam temporariamente as operações de resgate com barcos em razão do mau tempo.
A capital gaúcha e sua região metropolitana têm previsão de chuva de até 15 mm, com possibilidade de descargas elétricas e ventos acima de 80 km/h nas próximas horas. Segundo a prefeitura, tão logo o tempo permita, as atividades serão retomadas.
Vários bairros ainda estão tomados pela água, e moradores percorrem trechos de barco em busca de mantimentos. Cerca de 12 mil pessoas recebem acolhimento nos abrigos temporários montados na cidade.
O atual nível das águas do Lago Guaíba, que inundam as ruas de Porto Alegre, é de 5,11 metros, de acordo com medição feita pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul na manhã desta quarta-feira, 8. Embora tenha baixado 16 centímetros em 24 horas, o nível ainda está muito acima dos 3 metros da cota de inundação, quando as águas começam a causar danos à cidade. A cheia nunca foi tão grave – o recorde anterior, de 1941, era de 4,76 metros.
Diferentes bairros de Porto Alegre foram esvaziados em razão da enchente, e as autoridades pedem racionamento de água aos moradores. A indicação é que o consumo envolva apenas o essencial, já que as estações de tratamento que atendem o município estão funcionando com capacidade reduzida.
Afetados ainda pelo desabastecimento nos supermercados e falta de energia elétrica, moradores têm partido em massa para cidades menos atingidas pelo evento climático.
O Rio Grande do Sul vive o pior desastre climático de sua história. Em todo o Estado, o temporal já deixou ao menos 100 mortos, enquanto 128 pessoas estão desaparecidas. Cerca de 160 mil pessoas estão desalojadas e 66 mil recebem acolhimento em abrigos públicos.
De acordo com a agência MetSul, as enchentes ainda devem se agravar no sul do Estado, devido à cheia da Lagoa dos Patos, que recebe as águas do Guaíba e outros rios. “Todos os rios que desaguam na lagoa tiveram enchente recorde ou histórica”, diz o alerta.
Fonte: Estadão