RN: número de empregados no setor privado cresce 14% no 1º trimestre

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Ewen Laysa hoje respira aliviada. Depois de dois anos desempregada, ela conseguiu um emprego como auxiliar de crédito numa loja de eletrodomésticos, em um shopping na zona Sul de Natal. A contratação veio em 14 de janeiro deste ano. Antes, já trabalhava na área do comércio, mas teve que amargar o desemprego fruto das demissões em massa e do fechamento de empresas na pandemia da Covid-19. “Como passou muito tempo sem funcionar e não tava tendo contratação, a gente ficou a mercê do desemprego”, relata. “Depois que começou a abrir o comércio, eu fui à procura do trabalho e vim fazer o processo seletivo. Fui selecionada e comecei, mas tudo isso depois que o comércio pôde voltar. Se não estivesse aberto, não ia ter contratação”, diz.

Ewen é uma dentre as 74 mil pessoas que conseguiram emprego no primeiro trimestre deste ano no setor privado do Rio Grande do Norte, considerando as vagas com e sem carteira de trabalho. O segmento cresceu 13,8%, segundo a PNAD, saindo de um contingente de 536 mil para 610 mil trabalhadores, sendo 410 mil com carteira assinada e 200 mil sem carteira.

Os indicadores são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e correspondem ao primeiro trimestre de 2022. Também houve crescimento de 34% no número de empregadores no primeiro trimestre de 2022 em relação ao quarto trimestre de 2021. São 17 mil empregadores a mais no Estado.

Segundo o IBGE, o crescimento tem relação com o arrefecimento da pandemia. “Os resultados divulgados hoje mostram uma melhora na situação do mercado de trabalho potiguar em relação ao primeiro trimestre de 2021, quando o Brasil ainda vivia restrições de circulação em razão da pandemia de covid-19”, disse o órgão. “Pela ótica da posição na ocupação e setor, o emprego no setor privado cresceu e número de empregadores também. Por estarem associados à livre iniciativa, eles são bons ‘termômetros’ da economia”. Porém, o instituto alertou que, para saber melhor sobre a consistência desse crescimento, é preciso observar os próximos trimestres.

A retomada dos empregos foi um alívio para Laysa. “A gente queria até sair para procurar emprego, mas a pandemia acabava freando um pouco. Então, depois que passou tudo isso, esse ano voltou ao normal, e foi quando eu cheguei aqui”. Com um filho pequeno e um esposo também sem trabalho, a solução durante o período desempregada foi depender do auxílio emergencial. Não tinha outra renda. Meu esposo trabalhava com o comércio, mas devido a pandemia teve que fechar o comércio. A única fonte de renda que nós tínhamos realmente era o auxílio, foi com que a gente sobreviveu durante esse tempo”, diz.

O reaquecimento da área, para ela, pode ser representado pela palavra “esperança”. “Porque, sinceramente, durante esses dois anos eu acho que a gente está vivendo um filme de terror. Foi horrível. Eu ainda tive a sorte de encontrar esse trabalho, ainda tive essa oportunidade. E muitos ainda não tiveram”, afirma.

O gestor da loja em que a profissional trabalha confirma os números. Leandro Alexandre é gerente e diz que no período de restrições a empresa demitiu alguns funcionários, principalmente os recém-chegados. Aos poucos, os funcionários voltaram. Hoje, a loja conta com 22 trabalhadores.

Taxa de desemprego atinge 14,1%

Entretanto, enquanto as empresas privadas podem comemorar os quase 14% de novos empregos, a taxa de desemprego geral no Rio Grande do Norte merece atenção. No primeiro trimestre de 2022, o Rio Grande do Norte registrou uma taxa de 14,1%, segundo dados do IBGE.

O número aponta para uma alta na desocupação entre os potiguares. Até então, o Estado vinha de três trimestres seguidos de queda no desemprego. No segundo trimestre de 2021 era 16,3%, passou para 14,7% e fechou o ano com 12,7%. Com isso, o Rio Grande do Norte tem hoje 1,342 milhão de pessoas fora da força de trabalho.

Esse é o grupo “daquelas pessoas que têm idade para trabalhar, mas não procuram trabalho por motivos geralmente pessoais: uma dona de casa, um pensionista, aposentado, um estudante que só quer começar a trabalhar depois de terminar a faculdade etc”, informou o IBGE. Além destes, também estão aquelas pessoas incapacitadas para o trabalho. No comparativo com o primeiro trimestre de 2021, a taxa de desemprego ficou um ponto percentual acima.

Tribuna do Norte.


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