O doleiro Alberto Youssef foi preso preventivamente pela Polícia Federal em Itapoá, em Santa Catarina, nesta segunda-feira, 20. O mandato de prisão foi cumprido após determinação do juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, atual responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
A informação foi confirmada ao site da Jovem Pan. Segundo apurou a reportagem, Youssef está sendo levado para Curitiba. A ordem de prisão acontece após representação fiscal para fins penais apresentada pela Receita Federal contra o doleiro por crime tributário. Segundo despacho, Youssef não teria devolvido aos cofres públicos os valores desviados por meio de esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro. “E suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”, diz a decisão.
O juiz também argumenta que Alberto Youssef “demonstra total desprestígio à justiça federal” do Brasil, bem como reforça “a certeza da impunidade”, uma vez que o condenado sequer atualizou seu endereço. “O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas”, completa Eduardo Appio, que descreve o doleiro ainda como “um investigado com enorme periculosidade social e caráter voltado à prática de crimes financeiros de colarinho branco”. A expectativa é que o doleiro seja ouvido nesta terça-feira, 21.
Quem é Alberto Youssef?
Personagem central da Lava Jato, Alberto Youssef foi apontado pelo Ministério Público Federal como o principal operador de um esquema de propinas bilionário e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras.
Ele teve acordo de delação premiada homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal em dezembro de 2014, e visada, principalmente, a troca de informações e provas que pudessem levar à prisão de outros envolvidos.
As revelações de Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, transformaram as investigações sobre duas obras de refinarias da estatal – Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e Getúlio Vargas (Repar), no Paraná – no maior escândalo de corrupção do País – provocando ainda uma enxurrada de delações.
Jovem Pan