Gás de cozinha terá reajuste de até R$ 6,00 a partir de sexta-feira

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O mês de setembro chegou carregado de reajustes. A partir desta sexta-feira (6), o consumidor do Rio Grande do Norte precisará desembolsar entre R$ 5,50 a R$ 6,00 a mais no botijão de 13 quilos do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha. De acordo com Ivo Lopes, presidente do Sindicato dos Revendedores Autorizados de Gás LP do RN (Singás-RN), esse é o segundo aumento repassado à população em menos de 60 dias.

Na justificativa enviada aos revendedores, essa nova mudança de valores acontece em razão de reajuste anual e cumprimento da data base das empresas distribuidoras. “O aumento foi de 4,5% de nível nacional, equivalente a uma média de R$5,00. Para os revendedores, quando precisamos aumentar o valor, também incide um aumento de tributos, e, por isso, o repasse deve ficar entre R$5,50 a R$6,00 para o consumidor final do Rio Grande do Norte”, explica Ivo Lopes.

Na estimativa do Singás-RN, hoje os revendedores estão operando com valores que variam entre R$ 100,00 e R$ 105,00 para retirada, e entre R$ 106,00 e R$ 115,00 para entrega. Após o reajuste, o preço do GLP poderá variar de R$ 106,00 a R$110,00 para retirada, enquanto com a entrega deverá alcançar um valor entre R$ 116,00 e R$ 125,00.

“As distribuidoras repassarão o reajuste até sexta. Como existe estoque, naturalmente esse repasse ao consumidor pode vigorar somente no dia seguinte. Entre sábado (7) e terça-feira (10), todo mundo já deve estar adquirindo o gás de cozinha mais caro”, afirma Ivo Lopes, presidente do Singás-RN.

Para Eliane Batista, 46 anos, esse reajuste representará um valor que poderia ser utilizado para outras necessidades. Normalmente, com o consumo de um botijão por mês na residência, ela explica que precisará reprogramar parte das contas. “Eu costumo sempre comprar dois, para deixar um de reserva. Uso muito para fazer meus bolos e não pode faltar durante o preparo”, afirma.

Já para Maria das Graças, 64 anos, o consumo ainda é maior. Com um ponto de alimentação no Alecrim há 44 anos e a positiva circulação de pessoas, ela relata que compra um botijão toda a semana para a produção das refeições que o local oferta. “Ainda vamos precisar fazer esse planejamento para entender como será com esse novo aumento”, explica.

A empreendedora ressalta que consegue comprar o GLP com desconto para pontos comerciais, custando uma média de R$85,00, mas que mesmo assim o aumento não pode ser ignorado.
No bairro das Rocas, um ponto de revenda de gás já começará a operar os novos valores a partir de sexta-feira. De acordo com a empresária Luciana de Castro, 54 anos, para quem faz a retirada no local, o GLP sairá de R$ 95,00 para aproximadamente R$ 105,00.

Por se tratar de um reajuste originado das distribuidoras, esse aumento também deverá impactar em mais estados brasileiros. No Nordeste, os Sindicatos dos Revendedores de Gás LP da Bahia (Sinrevgas-BA) e da Paraíba (Sinregás-PB) confirmaram um aumento médio de R$7,00. Enquanto no estado paraibano o reajuste já chegou ao consumidor final na última segunda-feira (2), na Bahia a medida começa a vigorar nesta quarta-feira (4).

Entrou em vigor desde o dia 1º de setembro o reajuste para o garrafão de 20 litros de água mineral em todo o Rio Grande do Norte. Em média, os preços encareceram em torno de R$ 1 para praticamente todas as marcas. Se antes os usuários pagavam em média de R$ 8 a 10, o preço agora varia de R$ 9 a R$ 11 para o consumidor final.

Revendedores de garrafão de 20 litros apontam que recentemente o segmento já havia passado por outros reajustes, como aumento dos combustíveis e reajuste do salário-mínimo, mas sem repassar os valores para os consumidores finais. “Tivemos três aumentos que não conseguimos repassar. Neste caso o reajuste foi na fonte de água, portanto não deu para não repassar ao consumidor final. Minha venda caiu 35% desde o reajuste. Pessoal está racionando mais, procurando preço”, comenta o distribuidor de água e empreendedor em Nova Parnamirim, Raniere Dantas.

“Já estamos repassando os valores para o consumidor. O consumidor tem alegado desconhecimento, mas paga”, acrescenta o revendedor Ângelo Macedo, que possui uma distribuidora na Cidade Alta, em Natal. Em relação ao garrafão, também conhecido como “casco” ou “vasilhame”, os preços também subiram, saindo de R$ 28 para R$ 30.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em geral do Rio Grande do Norte (Sicramirn), Joafran Nobre, o reajuste é uma necessidade do segmento, desde o envase na indústria, transportadores e revendedores até o ponto de venda aos consumidores finais.

A readequação dos valores decorre, entre outros fatores, do reajuste tributário, cujas novas alíquotas foram publicadas recentemente no diário oficial, pela Secretaria de Tributação do RN.

Também contribui para esse reajuste o aumento nos custos de produção relacionado à alta dos insumos, como rótulos, tampas, lacres, garrafões e demais embalagens, cujas resinas possuem seus preços indexados ao dólar, bem como as despesas de mão de obra, custos de vigilância em saúde e garantia da segurança alimentar, além da alta no preço dos combustíveis. “Estes reajustes são necessários à sobrevivência de toda a cadeia produtiva, abrangendo não apenas a indústria, mas também nossos distribuidores”, reforça Daniel Penteado Lana, executivo do Sicramirn.

“Os valores aplicados podem variar de acordo com cada empresa, pois cada uma tem sua própria estrutura de custos. A distância entre as fontes e os pontos de entrega também desempenha um papel crucial na determinação do preço final”, conclui Joafran Nobre.

Consumidores e pequenos empreendedores apontam que o aumento nos preços da água impactam no orçamento diário. Em caso de famílias com várias pessoas, por exemplo, o consumo chega ser de 2 a 3 garrafões por semana. No caso de José Arimatéia Santiago, empreendedor no bairro da Ribeira, são consumidos cerca de 12 garrafões por mês em seu restaurante. A água mineral é utilizada tanto para produção dos alimentos, sucos e vitaminas, quanto para consumo dos clientes.

A alternativa, segundo ele, é pegar os garrafões direto de representantes de marcas com preços mais baratos. “O aumento é relativo, porque praticamente tudo está aumentando. O que pudermos colocar para o cliente sem aumentar o preço do almoço, vamos fazer. Por hora não vamos aumentar nada não”, diz.


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